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Inaugurando Papéis Soltos: The Breakfeast Club: uma viagem por clichês e juventude

  • Por Isadora Melanas Passerine
  • 4 de mai. de 2015
  • 4 min de leitura

The Breakfeast Club: uma viagem por clichês e juventude



Há 30 anos, mais especificamente no ano de 1985, chegava às telinhas um filme que marcou uma geração e se consolidou na história do cinema. Aclamado por inúmeras pessoas ainda das presentes gerações, The Breakfeast Club, ou Clube dos Cinco, como é conhecido no Brasil é um filme surpreendente.

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A primeira impressão que os espectadores podem ter do Clube dos Cinco, é de um filme clichê de adolescentes americanos no High School, vivendo cada um respectivamente em seu "grupo", e somente nele, as famosas "panelinhas" imperavam e a mistura entre os alunos era algo que simplesmente não existia. A verdade é que poderia ser assim e o filme poderia seguir nessa linha comum, mas a maneira como o diretor John Hughes conduz a história e a forma como o roteiro se desenvolve quebram todas as expectativas.


O enredo se concentra na Shermer High School em que cinco alunos, durante um sábado tiveram que cumprir um castigo: escrever uma redação sobre quem eles pensam que são, castigo esse já desafiador, já que pouco sabem/refletem os adolescentes sobre quem eles são e sobre o que vão ser. Cada um dos cinco estudantes pertence a um grupo do colegial diferente: Claire Standish, a garota patricinha popular da escola; Andrew Clark, o atleta fortão que claramente tem como prioridade ser um campeão; Brian Johnson, um típico nerd, com histórico de notas perfeitas -ter uma pessoa como Brian no castigo, sem dúvida gera um espanto-; Alisson Reynolds, que no começo assume o papel da garota esquisita, misteriosa, que até parece ser louca; e por último, o personagem que movimenta todas as ações do filme inclusive a união de todos esses grupos, John Bender, o típico encrenqueiro, brigão que intriga todos os outros alunos.


O diretor da escola Richard Vernon, também merece destaque, caracterizado como vilão da história, aquele que impôs o castigo, tem um papel importante; ele quer a todo custo punir esses alunos, corrigi-los, de forma autoritária exige respeito a todo custo, ele é a perfeita representação de como os jovens enxergam os adultos, e como muitas vezes os próprios adultos esquecem ou negam totalmente que já foram mais novos e se envolvem completamente na vida séria que um adulto leva. Fica claro que para Vernon, Bender é um caso perdido, e isso o deixa ainda mais inconformado, porque esse respeito que ele aparenta precisar ter nunca virá de Bender, o que acaba gerando cenas bem-humoradas e alguns momentos até dramáticas entre os dois.


Introduzidos os personagens, é notável que desde a primeira cena todos têm diferenças entre si e não se gostam, mas é John Bender com certeza, que faz os nervos aflorarem, ele provoca, intriga e faz com que os outros discutam sobre os assuntos mais desconcertastes, como sexo, a vida com suas famílias, problemas pessoais, inclusive sobre sua vida no futuro. Contudo, ele acaba recebendo cobertura dos outros alunos toda vez que apronta alguma com o diretor, ou escapa da biblioteca (onde todos eram obrigados a ficar) e a partir dessas situações começa a surgir uma união.

E é justamente a partir dessa união que a complexidade e profundidade dos personagens começa a surgir, diante do inevitável castigo imposto pelo diretor, eles percebem que estão na mesma situação e as barreiras de pertencerem a grupos diferentes começa a sumir gradativamente. Tudo isso se consolida quando os cinco se sentam em um círculo e começam a revelar os verdadeiros motivos de estarem passando o sábado na escola (destaque para as histórias de Brian e Andrew, que sem dúvida são impressionantes), a conversa evolui e o espectador passa a conhecer quem são aqueles adolescentes e como todos têm problemas familiares, de relacionamento, com os amigos etc., eles encontram um ponto em comum e percebem que aquela imagem que seus estereótipos sustentam não é o que importa de verdade. E é nesse momento também, que o próprio espectador acaba se identificando com alguma declaração feita sobre o que existe por trás do personagem e acaba virando também um integrante desse novo clube, conseguindo perfeitamente se imaginar presente naquela situação.


Por isso, com a mesmas palavras que o filme começa, ele termina estabelecendo a quebra da visão que cada personagem tinha um do outro e de si mesmo. Através das palavras de Brian que em sua redação, deixa claro para o Diretor Vernon, que independente da forma como eles sempre será vistos por ele e por todos; um cérebro, um atleta, uma neurótica, uma princesa e um marginal, eles enxergaram ser muito mais do que isso, superando esses modelos e não se importando com as características que lhe são atribuídas.


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É justamente por desconstruir essa imagem dos filmes clichês que John Hughes fez desse filme um clássico, além de proporcionar uma viagem sobre a juventude, de maneira extremamente bem-humorada, relatando uma fase que todos já passaram e que muitas vezes tentamos esquecer. Uma fase que sem dúvida foi muito importante na construção da vida adulta, um momento em que viver de certas ilusões e até mesmo de desilusões é essencial.


O filme mostra tambem ser extremamente atual, no aspecto de que somos perseguidos por estereótipos, tipos de pessoa, a maneira certa de agir, dependendo do grupo que você pertence, local que está, e nos esquecemos que há muito mais por trás disso. Muitas vezes conflitos, brigas presentes no dia a dia, são ditadas por esses clichês e em momento nenhum nos damos conta de que independente de quem seja, se um jovem, adulto, homem, mulher, alguém está atravessando uma luta também, e cabe a cada um tentar olhar o que há além da imagem externa, muitas vezes é possível se surpreender.




Dados do filme:

Lançamento: 28 de junho de 1985 (1h37min)

Dirigido por: John Hughes

Gênero: Comédia dramática

Com: Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald, Ally Sheedy, Paul Gleason



 
 
 

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