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Pink Floyd – The Wall: uma crítica à sociedade oriunda da 2ª Guerra Mundial


O filme Pink Floyd – The Wall (live action e animação), de 1982, dirigido por Alan Parker, com trama musical e de terror psicológico, utiliza, para progredir na narrativa, imagens somadas às músicas do álbum conceitual de ópera-rock The Wall (1979), da banda britânica Pink Floyd. A história do longa gira em torno de único personagem, Pink, interpretado por Bob Geldof, e abrange temas de extrema delicadeza, tais como guerra, insanidade, fascismo e alienação.


O personagem Pink é membro de uma banda famosa e foi inspirado em Roger Waters, vocalista, baixista, e liricista do Pink Floyd, cujo pai morreu na 2ª Guerra Mundial, assim como o personagem. A partir da morte de seu pai, o personagem é criado somente pela mãe que age de maneira superprotetora, tornando-se uma pessoa solitária. Na escola é vítima de um sistema de ensino doutrinador e alienador, em pleno período de guerra fria, e de professores que têm como objetivo “moldar” o aluno para que não se desvie do rumo desejado pelo estado, sendo humilhado frente à classe ao ser descoberto seu caderno de poesias. Futuramente sua esposa o trai e o abandona, sendo cada fato apenas mais um tijolo adicionado à sua parede imaginária que visa isolá-lo do mundo real.

Em torno de tanta solidão e isolado do mundo externo por meio desse gigante muro imaginário, Pink ingressa mais e mais fundo em seus pesadelos, se tornando cada vez mais insano e chegando, em certo ponto, a acreditar que se tornou um ditador fascista que se utiliza de discursos odiosos para conseguir seguidores e disseminar sua ideologia. Após manifestar-se publicamente, atinge o ápice de sua insanidade e se coloca, internamente, em julgamento por todo o mal que fez, sendo julgado por um juiz completamente arbitrário com testemunho dos personagens que tiveram maior influência na construção do muro (Mãe, Esposa e Professor), sendo sentenciado a derrubar tal muro e se expor, novamente, ao que o juiz denomina como “seus medos mais profundos”, ou seja, o mundo real.

O filme aborda, especialmente e de maneira brilhante, a insanidade e o controle de massa. A insanidade, a solidão e o medo são tratados pelo álbum original e pelo filme em sua completude. Para isso, em uma de suas mais marcantes interpretações, o riff de guitarra presente em “Hey You” (música que não está filme) é repetido diferentemente em “Waiting for the Worms” e “The Trial”, estas tocadas no filme e que mostram a existência, cada vez mais presente, desses sentimentos na mente do protagonista. Já o controle de massa é explorado na música “In The Flesh”, na qual o personagem incorpora um líder fascista que através da oratória recebe o apoio cego de seus fãs, que futuramente aparecerão completamente mascarados, perdendo sua identidade individual, passando a ser apenas mais um dissipador de ódio, demonstrando a facilidade que uma figura carismática de boa oratória tem para conseguir apoio para praticar as piores atrocidades sem o menor questionamento.

No disco, a presença de uma figura de linguagem interessante, a frase que se forma com o final da última música e o começo da primeira: “Isn’t this where ... We came in?”, apresenta uma ideia cíclica dos pensamentos do protagonista, ou até mesmo da História que é fadada a se repetir, se a partir dos erros cometidos no passado não se aprender como evita-los.


A maior ideia transmitida tanto pelo álbum como pelo filme é o poder e importância da música de influenciar, acima de qualquer coisa, a vida das pessoas, como é tratada por Friedrich Nietzsche em “O Crepúsculo dos Ídolos” na frase “Sem a Música a vida seria um erro”.

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